Fosse hoje o inevitável último dia
Do fim dos tempos, o tempo
O outono de todas as vidas
Não sei se me sentiria rico ou pobre
Duvido que por isso choraria
Do Sol nunca mais veria a orbe
Se na chuva, do frio agora esqueceria
Dos amigos raramente ao meu lado
Saudades dos almoços em família
Na mente não teria a dor que mata
Os prazeres e as belezas dessa vida
Pincelaria os minutos com memórias
Felizes frutos da sabedoria
Imagino outros tempos ressoando
Num acorde recheado de alegrias
Não questiono o tamanho das saudades
Dos abraços que jamais receberia
Sofreria, ainda em vida, o temor do texto
Esquecido no palco, papel dobrado na coxia
Mas há sempre uma certeza bem guardada
Nos pensamentos de quem ontem escrevia
Algo que não se carrega para os vales
Findo o alvorecer dos novos dias
Dos meus olhos saltariam mil palavras
Minha alma bruscamente invadiria
Teu coração, como quando a procurava
No primeiro, do primeiro, dos meus dias.
Um comentário:
faltou o "Você me inspira". Achei que esse era o último verso do poema, mas na verdade era uma observação... brincadeira! Adoro tudo que você escreve...
Beijo
Ste
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