sexta-feira, junho 18, 2010

Superstição

Acompanhando com curiosidade a vida das pessoas supersticiosas percebi que muitas delas realmente alcançam sucesso por um motivo simples: Ter superstição é ter no que acreditar.

Como tudo que é bom na vida até mesmo na superstição deve haver um equilíbrio. Mas o fato é que pessoas que acreditam nos seus amuletos acabam se livrando com mais facilidade da “muleta” da autopiedade.

Quem veste sua camisa da sorte para uma reunião se sente mais seguro e preparado. Quem faz uma oração antes da viagem presta mais atenção no caminho. Aquele que busca com vontade e perseverança sabe que não é possível conquistar nada sozinho. Por isso um bom amuleto pode dar uma esticada na força de vontade. Um bom amuleto ajuda a lembrar que é preciso continuar tentando.

Acho engraçado que as pessoas pensem logo naqueles amuletos meio bregas quando falamos de superstição. Mas a verdade é que mesmo a religião é um amuleto essencial para algumas pessoas. Para outras as amizades. Há ainda aquelas que, sem perceber, consideram seu amor ou a família amuletos importantes para tomar decisões.

Eu não sou um portador de pé de coelho ou ferradura de cavalo, mas acredito sinceramente e acho bonito ver quem faz questão de ter seu amuleto por perto nas horas decisivas. Minha avó tem um terço, meu amigo tem seu amado carro, minha mãe tem suas rezas, enfim... cada um sabe o que pode te fazer ter mais força e vontade.

A superstição do cotidiano não é aquela coisa brega de badulaques, mas são as coisas importantes que nos fazem caminhar adiante, ou mesmo levantar e seguir em frente quando a esperança fraqueja das pernas.

É a corneta e o surdo que empurram o time de futebol, a bola selecionada no tênis, a pedra vermelha no pescoço que espanta pensamentos ruins ou o trabalho do homem honesto, que busca chegar até a sorte antes mesmo que esta o alcance.

Enfim, é bonito de se ver.

E se a sorte sorri para quem corre atrás dela use seus bons amuletos para atraí-la sempre.

Afinal, andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá!

segunda-feira, junho 07, 2010

O Jogo da Vida

Ao final, apenas responda sim ou não.


O diabo lhe convida para jogar contra ele, o jogo que você escolher, apostando sua felicidade.

Porém a aposta não é ser feliz ou infeliz: se ganhar realizará seus maiores sonhos e será mais feliz do que jamais imaginou. Se perder levará uma vida mediana, sem outras chances de realizar seus sonhos mais profundos e terá apenas o essencial para tocar em frente.

Sempre vejo as pessoas questionando e comparando ser rico ou pobre, feliz ou infeliz, mas e se elevarmos o nível um pouquinho? Se compararmos uma vida mediana e quase satisfatória com uma vida verdadeiramente completa, quem arriscaria isso numa única jogada?

Sempre me pareceu mais fácil decidir entre apostar ou não se o resultado for, por exemplo, ser muito feliz ou definhar de tristeza. Não é uma troca justa e acredito que apenas algumas poucas pessoas que conheço realmente topariam essa parada. Mas e se a aposta for uma chance única de sair do mediano e ir direto para o sucesso na vida? Se a derrota não for algo tão horrível, mas que impossibilite de qualquer outra maneira alcançar o seu máximo?

Há quem diga que arriscar tudo numa única jogada significa não se dar uma segunda chance. Já ouvi também dizerem que ter a chance de agarrar a felicidade com as duas mãos e não tentar é a perda de uma oportunidade que pode ser única.

O diabo que, como dizem, gosta tanto de um jogo e não recusa um desafio seria seu adversário. E para os descrentes da justiça de um bom jogo contra ele, Deus seria o juiz.

É risco ou é oportunidade!

E aí o diabo perguntou para você:

- Dá para encarar um jogo desses?!

sexta-feira, junho 04, 2010

Complicai-vos!

Hoje bolei uma divertida explicação sobre como Homens e Mulheres se tornaram tão diferentes dentro de uma mesma espécie que, curiosamente, ainda não entrou em extinção.


Deus, o primeiro grande autor de novelas mexicanas, cansado do marasmo que observava dia após dia no Jardim do Éden, decidiu levar sua longa barba branca até a terra para mudar um pouco as coisas.

Ao chegar ao Éden encontrou sua velha amiga serpente, como sempre empoleirada na macieira, e puxou assunto:

- Deus chega do Paraíso! Regozijai, belíssima serpente da macieira.
- Bom dia chefe...
- Serpente, percebo que as coisas no Éden estão bastante pacatas, não?
- Como sempre, como sempre...
- Então parece que Adão e Eva não estão aprontando muito por aqui também?
- Não! São como anjos! Nem tentaram pegar minhas maçãs ainda. Desconfiei no começo, mas eles são tão molengas!
- Entendo. Então, amiga serpente, resolvi mudar um pouco as coisas para eles. Posso ter uma conversa particular com cada um aqui atrás da sua macieira?
- A casa é sua, chefe. Não repare na bagunça.

E Deus chamou Eva para uma conversa atrás da árvore que, em breve, se tornaria proibida:

- Então, Eva, parece que a eternidade com Adão no Paraíso está indo muito bem.
- Sim senhor, sim senhor! Eu diria que estamos eternamente de férias, se tivesse prestando atenção quando o Senhor falou sobre trabalho, prover alimento com o suor do nosso rosto e tudo mais...
- É exatamente sobre isto que desejo conversar com você, Eva. Existem algumas tarefas que desejo que cumpra para mim.
- Sim.
- Eva, como mulher você deve pressentir que em breve comerás do fruto proibido e, então, nada mais será fácil ao lado de Adão. Tuas filhas nascerão à imagem e semelhança da mãe, vindas de um parto doloroso e violento. Serão concebidas de forma instintiva e animal durante sua união com um homem longe dos ideais do Paraíso. Crescerão sob os mimos da família e terão dezenas de namorados patéticos antes de encontrar um homem belo, gentil e educado. Depois de terminar com este homem terão quase 30 anos e caçarão como animais qualquer um que saiba soletrar a palavra “casamento”. Conhecerão as dores e delícias de uma vida onde a cada mês se lembrarão desta conversa e sentirão uma fúria incontrolável contra os homens, que prestarão mais atenção aos esportes do que em vocês. Envelhecerão ao lado de parceiros que não escutarão direito e usarão fraldas.
Agora, por favor, vá chamar meu filho Adão.

Atordoada com tudo e abalada pela imagem futura que Deus fez dos descendentes de Adão, seu homem ideal, Eva sentiu uma vontade absurda de comer chocolate. Na falta dele, pegou uma maçã na árvore proibida da serpente e foi embora.

Ao cruzar com Adão, Eva, pela primeira de muitas vezes, pensou que Deus só poderia ter dado todos aqueles castigos por que era feia e tinha engordado alguns quilinhos. Amarrou a cara e foi monossilábica ao responder quando Adão perguntou se estava tudo bem.

- É sua vez de conversar com o Pai. Lá atrás da macieira, bundão...

A serpente, abismada com o que vira, desejou rastejar de dó pelo resto da sua vida. Sem conseguir acreditar em tudo aquilo indagou:

- Senhor Deus, chefinho meu! Isso é um absurdo! Nenhum homem será capaz de conviver com uma mulher de vida tão sombria e amarga, que terá sempre a lembrança deste momento durante todos os meses de sua vida!

- Serpente não me conteste! Contenha-se e observe. O que direi para Adão deixará muito claro como as coisas funcionarão neste mundo, fora do Jardim do Éden.

Ao se aproximar Adão já esperava pelo pior. Imaginou as coisas horríveis que seu pai havia dito à Eva e como seria difícil fazê-la feliz ao notar a raiva com que ela devorava aquela maçã.

Foi então que Deus, do alto de sua sabedoria eterna, calmamente confiou a Adão suas responsabilidades masculinas para que conseguisse conviver eternamente ao lado da furiosa Eva:

- Crescei e multiplicai-vos!

E todos nos regozijamos até hoje...