segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Matinal

O rosto avança pelo vento gelado da manhã
São cinco horas e as pernas se adiantam
É escuro na São Paulo gelada pela garoa recente
O asfalto negro enriquece seu pretume na água

São momentos sem carros, de livre pensamento
Quebra-se o silêncio na dobra da avenida
Avançam os sinais e as praças
Contam-se a respiração e os passos

Mais verdes estão as árvores das alamedas
Mais coloridas são as nuvens da metrópole pela manhã
Já clareando o dia com o sol que se esconde no concreto
Que esquenta a água noturna e evapora a visão

Camuflam-se os comerciantes atrás das portas entreabertas
Deixando para trás os passos rápidos na avenida
Largos e solitários, rumam para o bairro novamente
Que já sussurra com a energia dos chuveiros, dos fogões e dos bons dias

É o calor nas pernas que avisa do cansaço
A hora de desligar o corpo e limpar a mente
Sedenta marcha da garganta que retorna
Mais um dia vencido pela vigorosa corrida.

Um comentário:

Unknown disse...

Olha só... oi, que belezinha!