O rosto avança pelo vento gelado da manhã
São cinco horas e as pernas se adiantam
É escuro na São Paulo gelada pela garoa recente
O asfalto negro enriquece seu pretume na água
São momentos sem carros, de livre pensamento
Quebra-se o silêncio na dobra da avenida
Avançam os sinais e as praças
Contam-se a respiração e os passos
Mais verdes estão as árvores das alamedas
Mais coloridas são as nuvens da metrópole pela manhã
Já clareando o dia com o sol que se esconde no concreto
Que esquenta a água noturna e evapora a visão
Camuflam-se os comerciantes atrás das portas entreabertas
Deixando para trás os passos rápidos na avenida
Largos e solitários, rumam para o bairro novamente
Que já sussurra com a energia dos chuveiros, dos fogões e dos bons dias
É o calor nas pernas que avisa do cansaço
A hora de desligar o corpo e limpar a mente
Sedenta marcha da garganta que retorna
Mais um dia vencido pela vigorosa corrida.
Um comentário:
Olha só... oi, que belezinha!
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