Administrar a felicidade não é algo fácil. Mas saber o momento de evitar e o de levar a sério o “efeito Dory” é um ponto importante nessa busca.
Sabemos que não existe apenas uma variável para a felicidade, apesar de às vezes parecer. Mas o conjunto da obra é intencionalmente complexo de calcular. Imagino isso por que as coisas que nos fazem felizes mudam a cada ano, mês, dia ou hora.
É comum termos um grande leque de opções para avaliarmos quando calculamos a felicidade, como a saúde afetiva (relacionamentos), financeira, física, mental, profissional, etc.
O mais óbvio é que o equilíbrio entre todas as opções pareça a solução mais saudável para manter a alegria morando ao lado. Seria esta a “cesta básica” da felicidade.
Como somos simplesmente humanos, a tal “cesta básica” pode ser confortável, mas ainda não é o ideal. Buscar sempre um pouco mais de felicidade é a meta de todos nós.
E é justamente essa possibilidade de buscar o “algo mais” que nos torna interessantes para nós mesmos.
Mas é perceptível que, vez por outra, a opção mais distante ou trabalhosa torna-se o pivô de toda a felicidade. Estar em débito com os relacionamentos pode trazer uma amargura difícil de lidar. O mesmo acontece quando a conta do banco fica insistentemente martelando a nossa cabeça por um ou mais meses, principalmente quando aquela meta desejada não foi alcançada.
Cobranças, cobranças e mais cobranças.
Aí fica difícil se convencer ser feliz no curto prazo.
É muito comum aparecer aquele sentimento de carência afetiva quando algo que desejamos muito ficou um pouco mais longe. E ai de quem tentar me desmentir sobre o pensamento que vem acoplado com qualquer tipo de carência: Se alguém disser “calma que você vai conseguir logo” eu juro que empurro do abismo!
Pois é... foi-se também a autoestima, junto com boa parte da cota de credibilidade que você tinha de você mesmo. E como isso é chato.
Nessas horas, quando as outras pessoas não sabem o que dizer, entra em ação o efeito Dory que, na melhor das intenções, atrapalha um bocado: “Não se preocupe! Tudo vai acabar bem.”
Não é lá muito reconfortante ser sincero e assumir que o outro esteja chateado: “Putz, que chato! Estou torcendo, mas entendo seu nervosismo sim”. Pelo menos procuro não chamar ninguém de idiota na cara dura, nem dou uma de Polyana distribuindo alegria ao mundo.
Em momentos como este acho mais saudável recolher a trouxinha e dar tempo para si e para os outros. Nada como passar por todas as fases, da raiva à aceitação, para voltar à ativa. Novinho em folha!
Ajudar a levantar e ficar de pé a qualquer custo pode ser importante quando o caminho para conquistar o objetivo é longo, mas tire seu tempo quando precisar. Também dê tempo aos outros quando for preciso.
Sabendo que é muito, mas muito difícil mesmo, recobrar aquela cota de confiança em si, não duvide que fomos feitos para passar por poucas e boas nessa vida.
Mesmo que seja passar por cima!
Um comentário:
Eilor,
o seu texto ficou ótimo! Exprime perfeitamente as maiores necessidades para a felicidade. Grande abraço! =)
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