quinta-feira, agosto 12, 2010

Nem Tudo Que Reluz é Ouro

Coisa engraçada essa tal “era moderna” que vivemos...

Hoje a Internet completa seus 15 aninhos de vida e percebo que sua fase não poderia ser mais correta: a adolescência.

Tanta gente trafega pelas redes e suas centrais de relacionamento em meio a um monte de informações vindas de todos os cantos e, na fúria adolescente da liberdade de expressão, esquecem de pensar com a cabeça antes de tomar atitudes.

Digo isso por que vejo o tempo todo notícias e mais notícias, “furos de reportagem” que entram e saem do Twitter ou das redes sociais como Facebook e Orkut. Tornou-se muito fácil ser um repórter diário, um reclamão ou um arauto das boas e más notícias, isso é um fato irreversível.

Mas é preciso entender que nem tudo que reluz é ouro!

Muita gente debate as profundas mudanças do mundo e aceita informações truncadas, desconexas e muitas vezes duvidosas como fonte de inspiração.

Eu mesmo passei por uma onda de postagens intensas no Twitter que chegaram a prejudicar relacionamentos reais. Só com o tempo percebi que estas postagens são verdades minhas e apenas minhas ou, às vezes, nem mesmo verdades. As pessoas podem comprá-las ou não, mas o que acaba acontecendo é que algumas dessas “verdades” tornam-se fatos. Não pontos de partida para debates muito longos e profundos, mas exemplos a serem seguidos.

Todo debate é saudável e pode produzir conteúdo a favor da consciência coletiva. Porém quanto disso não é inventado e simplesmente comprado de graça por todos nós, usuários?

A Internet é feita de gente, e gente tem defeitos!

Já postei no meu Twitter (e não apenas uma vez) notícias de grandes jornais e redes de publicações que falavam sobre um mesmo assunto, mas davam argumentos e apresentavam dados totalmente diferentes. Fora os casos profissionais como este existe também uma grande massa de “formadores de opinião” que tornam-se celebridades instantâneas e trazem sua fila enorme de caminhões basculantes para despejar diariamente suas verdades e, pior, para quem quiser ler, escutar... e comprar sem questionar.

E qual é o real perigo disso?

O perigo é o mesmo de colocar um adolescente de 15 anos não habilitado na direção de um veículo: Você não questionou seu preparo e está jogando com a sorte.

Este adolescente pode ser um tipo cuidadoso e consciente que, se fizer coisa errada, pode se machucar. Senão um tipo maloqueiro e revoltado, com discernimento limitado e capacidade para decolar com o veículo sobre um ponto de ônibus lotado.

A grande virtude do mundo virtual é também seu maior defeito: Todos ganhamos o poder de colocar a boca no trombone. (E pelo menos tentar convencer as pessoas das nossas próprias verdades.) Mas nem todos se dão o direito de questionar.

Por isso repito o alerta importante desse texto: Tome cuidado com os fatos, questione-os antes de comprá-los!

Nem tudo que reluz é ouro.

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