Remexendo a papelada, como é de praxe no começo e fim de ano, acabei encontrando um texto escrito em 28 de fevereiro de 2000.
Tempos sem Blog, quando tudo era anotado cuidadosamente e cada trabalho automaticamente impresso e perdido no meio da papelada. Eh! eh!
Época esta quando me aproveitava da “licença poética” para escrever textos cheios de rimas, das mais pobres até as mais complexas. Achei muito engraçado me deparar com este, aqui e agora.
Foi curioso conhecer mais uma vez aquele autor munido de imediatismos, repetições e drama. Mais drama do que resultado. Desabafando sem dizer nada nestas folhas cheias de rabiscos e anotações como “OK” ou “+ ou ” e montes de cortes e censuras.
Notável reencontro para o fim de um ciclo e o começo de um novo ano!
E como dez para onze anos é uma data marcante, merece comemoração.
Então voilá!
“Por mim e por você”
Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?
Tudo acontece agora
Tudo explode na sua cara
E você fecha os olhos
E só abrirá quanto tudo acontecer
Mas está a acontecer agora
Agora é o fim
Agora é o começo
Você tenta entender
Mas é tão difícil!
Os olhos se abrem devagar
A luz dói
A luz o faz sofrer
Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?
A luz o fere
Você sente dor por que precisa viver
É bom ver algo assim que cega como a escuridão
Ali tudo se perde
Tudo se renova aos poucos
As cores firmam sua presença
E você sabe
E eu sei
Mas apenas nós sabemos
Que a verdade está ali
A verdade alegre e imoral
E que está sendo construída agora
Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?
Ela se constrói, ela acontece
Sobre suas bases vazias
Sobre nós
Ela ainda é forte, grande
Ela sobrevive
Tenta respirar mais apenas se afoga
Mas é você
Mas sou eu
Nós vivemos e veremos
Somos e seremos parte dela
E foi assim que começou
E assim vai acabar
Nós vimos
Outros verão
Irá se repetir
Assim como hoje repete o ontem
E ontem repetiu o amanhã
Outros verão
Outros viverão
E saberão o porque
Saberão viver o mundo de todos os tempos
Que é uma deliciosa verdade
E uma triste derrota
Todos, todos nós
Por que viver para mim,
Por que viver para você,
Por que viver?
Todos sabem
Ainda há o viver
Ainda há o saber
Para que viver?
Para rir e sofrer
E mesmo assim viver
Por mim e por você
Eilor Marigo 28/02/2000
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