quarta-feira, dezembro 03, 2008

Escócia

Quero conhecer a paz profunda que emana daquele vale tranqüilo de colinas verde-acinzentadas.

Sentir a chuva rala que estala nas folhas e ecoa nos campos floridos, pedindo ao terreno que não resista à passagem do tempo.

E da brisa viva de todo o tempo do mundo.

O solo das antigas tribos guerreiras de raízes celtas, fortes e sábias como as flautas artistas que pintam o verde e prata das matas, inundam os riachos subterrâneos e transbordam lagos profundos.

Dos amores esparramados pela grama dos campos floridos. Corações acidentados, que se regeneram sob a esperança do futuro.

Não a Escócia das cidades modernas, mas das toscas vilas de pedra, dos túmulos e jardins gramados, dos castelos soltos na paisagem como a morada de animais desgarrados.

Permitir me libertar dos bandos, de amores e vales, de amigos e familiares, para ser mais uma vez apenas um.

Ser paz profunda, brisa viva, chuva rala, guerreiro sábio, para inundar os riachos e transbordar rios que vivem em mim.

Viver o tempo de animal desgarrado num lugar que o tempo jamais mudará.

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