É impressionante ver tantos jovens cruzando a São João ao mesmo tempo. Pares de olhos buscando as informações no folheto, jogando conversa fora, fumando cigarros e bebendo vinho. Tudo bem passado, no meio da madrugada.
O primeiro impacto é visual e, para os olhos mais audazes, não termina no modo de vestir. Há também o jeito de caminhar, a expressão dos olhares que aprovam e reprovam das tribos urbanas.
Os ainda mais atentos percebem as tribos também por seus diferentes ruídos, a forma de se tocar e comunicar, o cheiro das roupas e dos perfumes leves ou pesados. É incrível para quem nota a mistura que não homogeneíza de jeito nenhum, mas que se aceita.
E a explosão cultural de todos os gostos, artistas de tantas épocas naquelas avenidas que nos fazem chorar, rir e dançar nas frases ambíguas. Refletem as ideologias e as estranhezas.
Tudo naquela multidão que causa pavor em alguns, mas que não oferece risco para a maioria. É sarcástica mas piedosa.
Mas o impressionante mesmo é deixar de lado os motivos e observar a naturalidade dos beijos, das danças dos pares, das rodas de conversa dos jovens e da noite que parece não acabar.
Esse foi um retrato pessoal da Virada Cultual em São Paulo, nos dias 26 e 27 de Abril.
Um retrato que será sempre branco e preto na leitura, por ser tão colorido na realidade.
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