Quando você olha para um relacionamento de dentro tudo
parece claro e sincero. Problemas são problemas, alegrias são alegrias, amor é
amor e o resto é o resto. Está tudo numa grande balança que separa o positivo
do negativo, decidindo a todo tempo se vale ou não à pena.
Mas por vezes um relacionamento pode ser muito solitário. E
isso acontece quando não conseguimos perceber que ele não é uma união óbvia de
dois seres gêmeos, mas a união consentida de dois estranhos que, por vezes, se
estranham. Se estranham, pois a união não faz de duas vidas uma só, ela existe
dentro de cada indivíduo, ao lado dos problemas pessoais, profissionais,
familiares e de quaisquer outra natureza, até mesmo os conjugais.
E dá para confundir estes momentos de desencontro entre você
e sua própria vida com o seu relacionamento. Confundir alguém que pode te
ajudar a carregar um fardo com a solução em si.
Esta confusão é comum e acaba por desgastar o mais bonito
dos encontros.
É a falta de zelo pela própria individualidade, que tantas
pessoas tentam compartilhar com amigos, familiares e namorados, mas que precisa
ser encontrada dentro de si. Então aquela vontade de transformar o que você sonha
no que você conquista acaba se perdendo dentro dos problemas que carrega.
Nessas horas, ter alguém com quem compartilhar dúvidas e
soluções é ótimo. Poder contar com um grande amor, um grande amigo ou alguém
com um grande coração é excelente, mas que seja para ajuda-lo a encontrar o
caminho e as soluções, não a distrai-lo dos objetivos que parecem mais
difíceis. Alguém para navegar junto no oceano, não para se agarrar como um
náufrago a uma boia.
Sobrecarregar um relacionamento com as dúvidas pessoais é a
falta de maturidade que a vida nos oferece até que estejamos realmente prontos
para caminhar e assumir nossos problemas e soluções. Até lá permanece esta
necessidade de procurar outra pessoa capaz de carregar os fardos contigo.
Alguém que aguente mais peso quando, na verdade, você tem muito peso morto para
deixar de lado, muitos problemas que é capaz de solucionar sem precisar esquecer
o que realmente importa nessa vida. Sem deixar de lado amigos, amantes e amores
de verdade.
Enquanto você não for capaz de ter fé em si mesmo, não puder
caminhar com as próprias pernas em direção aos objetivos, nada no mundo poderá
resolver toda esta solidão dos encontros, desencontros e dos amores.
Uma hora chega o equilíbrio da maturidade e o momento de encontrar
alguém que fará o mesmo por você. Alguém que viva e deixe viver.
Então chega a maturidade que nos permite
compreender: Não haverá no mundo um único relacionamento que dê certo se você
não for capaz de dar certo com você.
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