quinta-feira, janeiro 29, 2009

Lembranças

Lembro de tempos em tempos das boas passagens da minha vida.

Algumas que comento com amigos e familiares em conversas longas na mesa de um bar ou do jantar.

Outras que me fazem lembrar de tempos bons ou difíceis, seja no banho ou no caminho para o trabalho.

Dou gargalhadas quando recordo as palhaçadas e piadas sexuais na escola que faziam todo mundo dar risada, também dos finais de semana quando íamos bagunçar a vida da mãe no sítio.

Lembranças de tempos do colégio, baladas, festas nas casas dos amigos, bebedeiras na praça com direito a gente tirando a roupa e tudo.

Bons tempos de namoros curtos e histórias longas.

Bons tempos de sair da aula para o shopping ou para a casa do Victor, olhar para o teto ouvindo Beatles e discorrer pura filosofia.

Férias de viagens inesquecíveis, de praia com a turma, de miojo com hambúrguer e leite-condensado na lata de sobremesa.

Viagens muitas com amores diferentes e outras para encontrá-los.

Festas surpresas, pular o muro do meu tio para cair na piscina com a galera, cavalos de pau na frente de casa ou na estrada enlameada com o pai.

Tombo de moto que deixou cicatriz no joelho, o Jipe que quase capotei da ponte, voar livre pelo céu num planador, velejar.

Pessoas inesquecíveis que se foram antes da hora, mas que deixaram muito mais do que apenas lembranças.

Brincar com meus carrinhos na cama com meu avô, ver uma amiga partir tão cedo num acidente de carro, entender o que é uma doença do jeito mais difícil, compreender que nada realmente é eterno.

E que nada pode ser eterno, a vida tem movimento e vontade própria.

Brigar com o pai quando mudei para São Paulo e descobrir depois de anos que somos pai e filho de verdade.

Levar a mãe para ver seu ídolo ao vivo.

Ver os amigos partindo para outras cidades, outros países, mundos tão amplos que me motivam todos os dias a saber mais sobre eles.

Deixam tanta saudade, mas sei que voltam.

Trabalhar duro todos os dias e voltar para casa com os pés doendo e a cabeça satisfeita.

Lembro de todos os rostos, todos os passos e as conversas que foram importantes e realmente fizeram alguma diferença.

E se me lembro disso tudo é por que olho para trás e não consigo ficar triste, não me arrependo de nenhum minuto de todo esse tempo.

Respeito meu passado como um senhor sincero, mas nem sempre gentil.

E acredito sinceramente que o passado é um farol forte que ilumina o presente e clareia o caminho para o futuro.

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