terça-feira, dezembro 24, 2013

2014 simplificado



Em 2013 escutei muita reclamação de que o ano foi complicado, que muita coisa deu errado.

Então em 2014 tenho uma proposta para quem quer começar um ano melhor, que não tenha torcida para terminar logo: 

Talvez simplificar seja a resposta.

Vamos simplificar o ano a partir de agora. Vamos trocar os presentes de natal pela família unida e pela fartura de alegria.

Vamos simplificar o trânsito com calma, com a gentileza e a inteligência de quem quer mais do que isso da vida.

Vamos viajar mais e mais longe, simplificando o longo tempo que temos ainda.

Podemos mudar ainda hoje os preconceitos e os medos, chutar o balde de vez em quando, aceitar que fazer diferente pode ser uma saída.

Simplificar as inovações e as tecnologias pelo contato pessoal e estar junto no dia a dia, sair de casa para trabalhar com tanta frequência quanto estar com a família.

Cultivar um estilo mais simples em você mesmo, investir onde realmente vale a pena, colocar tempo e dinheiro em educação e guardar com disciplina.

Descomplicar aquela necessidade de consumir levando uma boa conversa para os encontros com os amigos, para solucionar os antigos embaraços de família ou para caminhar no parque pensando alto, falando sozinho, quitando as próprias dívidas.

Vamos abandonar aquelas brigas, aquela desunião da família, aquela distância dos amigos. Vamos descomplicar o ‘talvez’ pelo ‘sim’ ou pelo ‘não’.

Deixar de lado as dores e as amarguras de 2013 pisando com o pé direito em 2014, pulando as 7 ondas que te afogaram no último ano, curtindo mais e mais cada minuto. Vamos simplificar a tristeza da rotina fazendo coisas novas todos os dias.

Se você perder o emprego ou cansar de quem não cresce ou faz crescer, não se culpe ou se desculpe, dá para simplificar começando outra vez e encontrando dignidade na saída.

E já que ninguém quer complicar até a morte, que comecemos simplificando desde já as nossas vidas.


Boas festas!

quarta-feira, julho 24, 2013

Trees

Obra de Hal Lasko*

I THINK that I shall never see  
A poem lovely as a tree.  
  
A tree whose hungry mouth is prest  
Against the sweet earth's flowing breast;  
  
A tree that looks at God all day,
And lifts her leafy arms to pray;  
  
A tree that may in summer wear  
A nest of robins in her hair;  
  
Upon whose bosom snow has lain;  
Who intimately lives with rain.  
  
Poems are made by fools like me,  
But only God can make a tree.

- Joyce Kilmer. 1886–1918

*Esta obra de arte é do artista Hal Lasko, um designer americano de 97 anos que produz suas obras utilizando o Microsoft Paint desde sua aposentadoria.
Conheça seu trabalho: http://hallasko.com/collections/prints

quinta-feira, junho 06, 2013

Pont des arts, Paris, França

Amar não é uma carência, nem uma dívida ou obrigação

Amor não é uma cela, uma corrente, um cadeado cerrado

Amar é um laço de fita sem nó nem amarração

O amor tem que ser simples e fluído como desenhar um coração

Um laço que se puxa e se desfaz 

Mas que liberta quando atado

Senão não é amor

Senão não há razão

quinta-feira, maio 23, 2013

A Verdadeira Virada Cultural



Após a Virada Cultural de São Paulo em 2013 só se falou da violência e do descaso que aconteceu durante o evento. Isso sempre acontece pelo simples fato de que a desgraça vende mais na mídia e quem mais fala a respeito é quem pouco pode ou soube aproveitar do evento.

Claro que não se pode esconder isso, mas qual é o real propósito de um evento como a Virada Cultural? É colocar as pessoas na rua, em contato com a cultura e com a cidade.

É exatamente isso que São Paulo precisa e tem muito pouco: Colocar as pessoas em contato com a cultura, com o conhecimento, com as coisas boas que os espaços públicos podem proporcionar além do medo e da violência. Acredito que assim, e apenas assim, adquirindo a tão necessária cultura, é que o povo vai começar a olhar as ruas da cidade e seus eventos públicos muito além de espaços para encher a cabeça de vodka e brigar.

Se a Virada Cultural sofreu com a violência, a solução é não extinguir estes eventos públicos, mas aumentá-los, oferecer mais e mais eventos culturais para que a violência se torne apenas uma memória dos tempos de mudanças na cabeça de cidadãos, que, então, usarão os espaços públicos com mais inteligência.

Quero mais Viradas Culturais para que nosso povo colha os benefícios de viver numa metrópole. Para que o trânsito, a violência e as agressões deixem de ser as maiores lembranças da minha cidade, da nossa São Paulo.

Cultura já, por que a inteligência vem em seguida!

segunda-feira, abril 08, 2013

Do Coração



Dentro de mim bate um coração
Sem eu mandar ou pedir
Um coração que me lembra a cada toque
De todos os meus deveres

Este coração me lembra de mantê-lo aquecido
De guardar aqui dentro quem sou
A luz da minha alma e dos meus sentimentos
Guardar todas as pessoas que me fazem valer

Bem aqui, onde batem as alegrias
Batem os sorrisos, os abraços, os carinhos
Pulam os desejos que me movem
E as pessoas que guardo e levo comigo

E quando bate, este coração me lembra que...
Lembra-me algo de que não posso esquecer
De não guardar aqui dentro, nunca, amor
Amor guardado é receio

Amor que foi feito para voar livre
Ao vento, pousando onde quer
Pois esse amor que nos deixa multiplica e volta
E faz bater outra vez, aqui, outro coração

terça-feira, março 05, 2013

Fluência



As pessoas incríveis que conhecemos durante a vida são o propósito de estarmos nesse mundo.

Quando duas pessoas se distanciam, seja por uma amizade que esfria, seja um namoro que termina ou um parente que se vai, é errado pensar nisso como uma perda.

As pessoas não são meteoros que passam por nossas vidas, são estrelas que surgem, mudam a gente para melhor e passam a fazer parte da nossa história.

É preciso deixar que elas sigam seus caminhos sem culpa nem arrependimento. Assim o brilho de cada bom momento vai permanecer na sua memória e os momentos ruins serão perdoados e curados.

Ganhando pessoas é possível encontrar sentido mesmo quando elas se vão. Deixa-se de lado o peso da culpa, permite-se que cada um siga seu caminho e ganha-se a paz de viver as coisas boas com mais intensidade.

A vida flui, as pessoas também devem fluir!

terça-feira, janeiro 22, 2013

Na Nossa Casa



Nunca consigo imaginar como será a minha casa
Por falta de paredes imagino amigos e livros
Consigo ver a mesa cheia de festas e jantares
E o silêncio tão aconchegante quanto seus barulhos

Não consigo imaginar suas portas e janelas
Mas sei que estarão sempre abertas e iluminadas
Não consigo ver como serão os quartos e a cozinha
Mesmo já sabendo que muitas histórias contaremos ali

Procuro entre os planos os banheiros e a garagem
Todos os cantos que ainda terei que descobrir
Tento encontrar suas paredes dentro da vizinhança
Suas colunas seguras, nunca tortas ou vagabundas

E mesmo não vendo sua estrutura não desanimo
Pois sei de algumas coisas que certamente estarão ali...

A felicidade estampada em cada espelho
Na sala ouvirei meus rocks, cheio de bossa!
Todos os ambientes me farão sentir claro e arejado
E seu amor sempre a me esperar atrás da porta