quarta-feira, março 18, 2009

Viver tem Fronteiras

Estive pensando sobre o último comercial da operadora de telefonia TIM, tão comentado pelos meus amigos e amantes do marketing:



Sem dúvida é uma propaganda muito bem produzida e, mais ainda, motivadora. Carrega um tema que gosto nas propagandas: Revolução.

Porém hoje vi os argumentos deste vídeo com outros olhos. Questionei de verdade todas as mudanças que foram aí apresentadas:

- Um presidente negro com nome mulçumano dirigindo o país mais poderoso do mundo;
- O principal jogador de futebol do Brasil é uma mulher;
- O Papa utiliza a Internet para fazer os seus sermões;
- O prêmio de melhor filme foi para Bollywood, não para Hollywood;
- Qualquer pessoa pode carregar sua própria rede.


Achei incrível como o conjunto redação, imagens e trilha sonora dessa propaganda ilustram perfeitamente meu ponto de vista a respeito do momento em que vivemos hoje.

O conjunto de fatores pouco casuais como o de um presidente negro assumir o governo Norte Americano, o Papa utilizar a Internet para transmitir sua palavra ou um filme indiano receber o Oscar me parecem muito lógicos, não me surpreenderam mesmo quando recebi estas notícias pela primeira vez.

O que me motivou a pensar em tudo isso, na verdade, foi o que aconteceu depois, aqui no mundo real:

Barak Obama briga para impulsionar mais uma mudança no orçamento dos Estados Unidos em busca de salvação para outra seguradora privada à beira da falência.

Mais uma vez o Papa afirma que “a camisinha não é a solução para o problema da AIDS na África”.

Os atores que representaram a fase infantil dos astros do filme “Quem quer ser um milionário” foram recebidos como reis na FAVELA onde moram na Índia.

O governo acaba de lançar medidas controversas para garantir mais segurança aos torcedores nos estádios.


É... tudo mudou bastante!

Cada vez mais me parece que estamos muito deslumbrados com as inovações tecnológicas, com o fato de que “QUALQUER pessoa pode carregar sua própria rede”, para percebermos o que realmente precisa mudar no nosso mundo.

Na propaganda a trilha sonora começa vibrante como o amanhecer de um novo dia, de um tempo promissor, cheio de mudanças... e então parece desistir no meio do caminho em um tom morno. Não vinga!

É assim que o mundo vai lembrar da minha famosa geração Y?

Já temos uma crise para provar que nossos modelos estão ultrapassados;
E a força da tecnologia para levar nossa voz e nosso conhecimento além dos limites físicos;
Existem oportunidades para fazer mais e melhor agora que tropeçamos tão forte nos problemas mundiais da economia, do meio-ambiente, da desigualdade social...

Já notamos a necessidade de mudança, onde estão as provocações?

Quero aquele espírito jovem e promissor que movimenta o mundo nos piores e nos melhores momentos.

Por que temos tanto medo de tentar um passo grande, mesmo que o risco seja de cair novamente?

Aí a propaganda traz um túnel escuro que desemboca numa estrada vazia.

Vazia?!

Nossos sonhos estão cheios de oportunidades! Cheios de inovações e facilidades!

Desembocamos num velho mundo novo, cheio de promessas e dúvidas.

Peço mais uma vez que provoquemos as mudanças necessárias e que sejamos corajosos, apesar de toda a dúvida, para termos um novo mundo novo!

E então vem o slogan, especialmente para esta propaganda:

“Você, sem fronteiras”

Não ter fronteiras é se questionar, duvidar, lançar olhares tortos para tudo o que já está pasteurizado.

É começar de uma vez por todas as verdadeiras mudanças de que tanto ouvimos falar, mas que ainda não aconteceram por que não as provocamos.